O Livro De Enoque: Desvendando os Mistérios de Enoque

Enoque olhando para o céu
Enoque olhando para o céu

O Livro de Enoque, uma obra antiga que remonta aos primórdios do pensamento cristão, é uma fonte inesgotável de sabedoria e mistério. Embora não tenha sido incluído no cânone1 bíblico , sua influência no desenvolvimento do pensamento religioso é inegável. 

Como parte da literatura apócrifa e pseudepígrafa, o Livro de Enoque oferece uma visão única sobre a fé e a história da humanidade, desafiando nossa compreensão e inspirando novas explorações da espiritualidade.

1 . Enoque na História


Genesis – Primeiro Livro da Bíblia.

Enoque é um dos grandes mistérios bíblicos, com apenas três passagens sobre ele nas Escrituras (Gênesis 5:21-24, Hebreus 11:5, Judas 14-15).

Enoque nasceu na sétima geração após Adão, em uma época em que Deus parecia distante da humanidade. No entanto, Enoque era um homem que temia a Deus e buscava agradá-Lo, seguindo o exemplo de adoração verdadeira de Abel, algo raro naquele tempo.

Influência no Novo Testamento:

O Livro de Enoque exerceu uma influência significativa no Novo Testamento, com mais de 128 referências diretas ou indiretas. 

São Judas cita o Livro de Enoque como uma produção genuína, enquanto São Barnabé o reconhece como Escritura. 

Essas conexões revelam a familiaridade dos autores do Novo Testamento com as ideias e narrativas contidas em Enoque.

Popularidade e Influência no Judaísmo e Cristianismo Primitivo:

Antes do advento do cristianismo, Enoque já era uma figura central em um ciclo de lendas judaicas, refletindo sua popularidade e importância na tradição judaica. 

A influência de Enoque se estende a trabalhos judaicos e cristãos primitivos, como o Pirke de Rabbi Eleazar e o Hechalot, demonstrando sua ampla aceitação e valorização.

Existem três livros atribuídos a Enoque: o Primeiro, o Segundo e o Terceiro Livro de Enoque, mas foi o primeiro livro de Enoque, especialmente sua versão etíope, considerado extremamente popular entre os primeiros cristãos, especialmente no cristianismo primitivo e no gnosticismo 2.

Desaparecimento do Livro

O Livro de Enoque caiu em desuso devido ao conflito com as ideias defendidas por doutores judeus e cristãos, particularmente aqueles influenciados pela escola de Alexandria. 

Essa tensão ideológica levou à censura e condenação do livro, contribuindo para seu desaparecimento gradual do cânone religioso.

Mudança de Perspectiva

Com o advento de novas descobertas de manuscritos, o livro de Enoque está sendo reavaliado por estudiosos judeus e cristãos. 

A Enciclopédia Católica de 1967 é um exemplo de como a visão moderna do livro de Enoque está mudando, com o reconhecimento de que São Judas realmente cita Enoque em sua epístola 3.

Foi Enoque, da sétima geração a partir de Adão, quem há muito tempo profetizou isto a respeito deles: “Olhem! O Senhor virá com muitos milhares dos seus anjos para julgar todos. Ele virá a fim de condenar todos os que não querem saber de Deus, por causa de todas as más ações que praticaram e por causa de todas as palavras terríveis que esses pecadores incrédulos disseram contra Deus!”

JUDAS 1:14-15

O último trecho conhecido das palavras de Enoque foi citado pelo historiador bizantino Jorge Sincelo, no século IX, marcando o fim da presença direta do livro de Enoque na literatura antiga. 

As descobertas recentes estão renovando o interesse e o respeito por essa obra antiga, revelando suas contribuições valiosas para a compreensão da religião e da história.


2 . Descobertas Moderna


Mapa – Descoberta Moderna.

A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto e a menção de Enoque na Pistis Sophia reacenderam o interesse neste texto antigo. Esta seção destaca como novas descobertas estão mudando nossa compreensão do cristianismo primitivo e do judaísmo.

Vamos explorar como essas descobertas estão mudando nossa visão dessas religiões:

Manuscritos do Mar Morto

Descobertos em 1947, os Manuscritos do Mar Morto são uma coleção de textos antigos encontrados em cavernas perto de Qumran, ao longo do Mar Morto. 

Esses documentos, datados entre o século II a.C. e o século I d.C., incluem uma variedade de textos, como comentários bíblicos, textos litúrgicos e apócrifos.

Embora o Livro de Enoque não tenha sido encontrado inteiro entre os Manuscritos do Mar Morto, fragmentos de algumas seções do livro foram descobertos, o que sugere que o texto era conhecido e possivelmente valorizado pela comunidade que habitava Qumran. 

Pergaminhos / Fragmentos do Mar Morto.

A descoberta desses fragmentos é significativa por várias razões:

  • Compreensão do Judaísmo do Segundo Templo: Os Manuscritos do Mar Morto oferecem uma visão sem precedentes do judaísmo do Segundo Templo, um período crucial para o desenvolvimento do cristianismo. Eles revelam uma diversidade de crenças e práticas judaicas que antecedem o cristianismo, incluindo temas apocalípticos e a expectativa de um messias.
  • Interpretação Bíblica: Os comentários bíblicos encontrados entre os manuscritos oferecem insights sobre como os textos bíblicos eram interpretados por diferentes grupos judaicos, incluindo possíveis conexões com o Livro de Enoque.
  • Influência no Cristianismo Primitivo: Alguns estudiosos veem paralelos entre os textos de Qumran e os ensinamentos do cristianismo primitivo, sugerindo que as ideias contidas nos Manuscritos do Mar Morto podem ter influenciado o desenvolvimento do cristianismo.

Pistis Sophia

A Pistis Sophia é um texto gnóstico cristão descoberto no século XVIII, mas que ganhou maior atenção no século XX. Este texto, que data provavelmente do século III ou IV d.C., contém diálogos entre Jesus e seus discípulos após sua ressurreição. 

Embora não seja um texto judaico, a Pistis Sophia é relevante para o estudo do cristianismo primitivo e suas conexões com o judaísmo, especialmente porque menciona Enoque e outros personagens bíblicos.

Estudiosos Traduzindo/ Escrevendo em Livros.

A menção de Enoque na Pistis Sophia é significativa porque:

  • Contexto Gnóstico: Revela a continuidade de certas tradições judaicas e apócrifas no contexto gnóstico, mostrando como personagens como Enoque foram retratados e incorporados em narrativas cristãs.
  • Diversidade do Cristianismo Primitivo: A Pistis Sophia é um exemplo da diversidade teológica e literária do cristianismo primitivo, antes da cristalização dos cânones e doutrinas. Isso nos lembra que o cristianismo não surgiu como uma entidade monolítica, mas como um movimento com múltiplas expressões e interpretações.

A Esfinge do Egito – Em Gizé.

O Alquimista

Publicado originalmente em 1988, este best-seller tornou-se um marco na literatura mundial, conquistando milhões de leitores com sua mensagem inspiradora e atemporal.


As descobertas modernas, como os Manuscritos do Mar Morto e a Pistis Sophia, estão mudando nossa compreensão do cristianismo primitivo e do judaísmo ao fornecer novos textos e perspectivas. 

Elas revelam a complexidade e a diversidade das crenças e práticas religiosas na antiguidade, desafiando narrativas simplistas e abrindo novas áreas de pesquisa e debate. 

A reavaliação do Livro de Enoque e de outras obras apócrifas é parte desse processo, permitindo que estudiosos e leigos alike aprofundem seu entendimento das raízes do cristianismo e do judaísmo.


3 . A Figura de Enoque


Figura de Enoque e Yahweh (Deus).

Apesar de sua breve menção no Gênesis bíblico, Enoque é uma figura central em textos apócrifos, como o Livro de Enoque (1 Enoque). Ele é retratado como um profeta, visionário e intermediário entre Deus e a humanidade, destacando-se por sua sabedoria e justiça.

Enoque é frequentemente identificado com outros personagens bíblicos e apócrifos, como Noé, Moisés, e até mesmo Joseph Smith, fundador do Movimento dos Santos dos Últimos Dias. Essas identificações sugerem que Enoque simboliza qualidades universais de liderança, sabedoria e espiritualidade.

O Livro de Enoque

O Evangelho de JUDAS

O Livro de Enoque - Apócrifo

Dogma e Ritual da Alta Magia

Clique nos links acima para saber mais sobre cada livro e adicioná-los à sua lista de leitura.

  • O Significado do Nome Enoque: O nome Enoque é interpretado de várias maneiras, incluindo “o único” ou “o Eu universal”, refletindo sua singularidade e sua conexão com a humanidade. A associação com Enos, que significa “homem” ou “ser humano”, reforça a ideia de que Enoque representa a humanidade em sua busca por Deus.
  • Enoque como Veículo da Gnose: Enoque é considerado o primeiro a transmitir a verdadeira gnose, ou conhecimento espiritual. Isso é simbolizado por sua identificação como o “consagrado”, aquele que busca e revela os segredos divinos.
  • O Epíteto de Metatron:  Associado a Enoque, é interpretado de diferentes formas, incluindo “guia” ou “aquele com o trono”. A origem do nome Metatron é debatida, com conexões sugeridas ao latim, grego, e até ao culto de Mitra, indicando a amplitude das influências espirituais associadas a Enoque.
  • A Natureza Múltipla de Enoque: Enoque desempenha múltiplos papéis, incluindo líder-professor, intercessor, e defensor da humanidade. Ele é dotado de poder, compaixão, e inteligência, destacando-se por seu grau extraordinário nessas qualidades.

Enoque e Outras Figuras Bíblicas

  • Fusão de Identidades: As identificações de Enoque com outras figuras bíblicas, como Noé, Moisés, e Joseph Smith, refletem a ideia de que ele representa uma essência espiritual compartilhada por esses líderes.
  • Enoque e Noé: Histórias Entrelaçadas
  • Relação Íntima: As histórias de Enoque e Noé estão profundamente entrelaçadas, com temas e características compartilhados. Isso é exemplificado pela versão de Joseph Smith no Livro de Moisés, que esclarece a relação especial entre os dois personagens.
Enoque e Outras Figuras Bíblicas.

Paralelos entre Enoque e Noé

  • Missão Comum: Enoque e Noé compartilham a missão de advertir a humanidade sobre o Dilúvio. Textos paralelos em diferentes tradições mostram como suas histórias são interconectadas, refletindo temas universais de advertência, justiça, e redenção.
  • Consolação e Visão: Enoque é consolado ao ver Noé e a arca, simbolizando a esperança para a humanidade e a promessa de justiça. Essa visão é ecoada em outras narrativas apócrifas, destacando a importância da fé e da perseverança.
  • O Nascimento de Noé e a Consulta a Enoque: O Apócrifo de Gênesis conta a história do nascimento de Noé, com Lameque duvidando de sua paternidade e consultando Enoque. Esse tema é comum em várias versões da história, ilustrando a busca pela verdade e a importância da orientação espiritual.

4 . A Supressão de Enoque


Livro Queimando – A Supressão de Enoque.

A história do Livro de Enoque é marcada por sua ascensão, uso e, eventualmente, supressão no mundo religioso antigo. 

Enquanto foi uma vez considerado uma fonte de sabedoria e revelação, o Livro de Enoque caiu em desuso e foi marginalizado por várias autoridades religiosas. 

Este artigo explora as forças que levaram à supressão de Enoque, desde as autoridades cristãs como Hilário, Jerônimo e Agostinho até o judaísmo oficial.

Autoridades Cristãs

A atitude das autoridades cristãs em relação ao Livro de Enoque foi decisiva em sua marginalização. Figuras como Hilário de Poitiers, São Jerônimo, e São Agostinho desempenharam papéis cruciais neste processo:

  • Hilário de Poitiers (c. 315–367): conhecido por sua defesa do credo niceno e oposição ao arianismo, refletiu a tendência do cristianismo latino em afastar-se dos textos apócrifos, embora não haja registros diretos de sua oposição a Enoque.
  • São Jerônimo (c. 347–420): cuja tradução da Bíblia para o latim (Vulgata) é amplamente reconhecida, teve uma relação ambivalente com o Livro de Enoque. Inicialmente reconhecendo sua autoridade, Jerônimo mais tarde questionou sua autoria e canonicidade em sua correspondência com o Papa Dâmaso I.
  • São Agostinho (354–430): um dos teólogos mais influentes do cristianismo, expressou dúvidas sobre a canonicidade de Enoque em sua obra “A Cidade de Deus”. Agostinho argumentou que o livro não foi aceito pelos judeus e, portanto, não deveria ser considerado canônico pelos cristãos, contribuindo assim para a marginalização de Enoque.

Judaísmo Oficial e a Exclusão de Enoque

Imagem do Muro das Lamentações.

No judaísmo, a consolidação do cânone bíblico hebraico após a destruição do Segundo Templo em 70 d.C. resultou na exclusão de textos que não foram universalmente aceitos. 

O Livro de Enoque

O Evangelho de JUDAS

O Livro de Enoque - Apócrifo

Dogma e Ritual da Alta Magia

Clique nos links acima para saber mais sobre cada livro e adicioná-los à sua lista de leitura.

O Livro de Enoque, apesar de conhecido e valorizado por alguns grupos judaicos, não foi incluído no cânone hebraico. Isso pode ser atribuído a várias razões:

  • Datação e Autoria: O Livro de Enoque foi considerado de autoria duvidosa, pois não se encaixava na linhagem tradicional de Moisés e dos profetas.
  • Conteúdo e Teologia: Alguns de seus ensinamentos, como a existência de anjos caídos e a natureza apocalíptica, podem ter sido vistos como divergentes ou problemáticos para a teologia judaica emergente.
  • Consolidação do Cânone: A necessidade de estabelecer um cânone fechado para a Bíblia Hebraica levou à exclusão de textos que não eram universalmente aceitos ou que não se encaixavam nos critérios estabelecidos pelos rabinos.

Consequências da Supressão

A supressão de Enoque teve várias consequências significativas:

  • Perda de Influência: Com o tempo, o Livro de Enoque perdeu sua influência na teologia e na liturgia judaica e cristã.
  • Consideração Apócrifa: O livro foi relegado à categoria de literatura apócrifa, sendo estudado principalmente por acadêmicos e entusiastas da história religiosa.
  • Redescoberta e Interesse Moderno: No entanto, o interesse pelo Livro de Enoque foi renovado no período moderno, com a descoberta de manuscritos antigos e a disponibilidade de traduções, levando a uma reavaliação de sua importância histórica e teológica.

Em resumo, a supressão de Enoque foi o resultado de decisões teológicas, conciliares e culturais que moldaram o desenvolvimento do judaísmo e do cristianismo.

A marginalização do Livro de Enoque reflete a tendência de ambos os grupos religiosos em consolidar suas doutrinas e cânones, excluindo textos que não se encaixavam em suas visões ortodoxas emergentes.


5 . O Legado de Enoque


Pergaminho Apócrifo – Mar Morto.

Um Testemunho da Influência Apócrifa

Apesar de ter sido suprimido do cânone judaico e cristão, o Livro de Enoque continua a ser uma fonte de fascínio e influência. 

Desde a citação por Jorge Sincelo até o reconhecimento contemporâneo de sua importância, Enoque permanece um enigma a ser desvendado. 

Este legado, rico em insights sobre o judaísmo do Segundo Templo, o cristianismo primitivo, e a literatura apocalíptica, desafia e inspira estudiosos, teólogos, e leigos.

Citação por Jorge Sincelo

  • Jorge Sincelo (c. 800),  um historiador bizantino do século IX, desempenhou um papel crucial na preservação do Livro de Enoque. 
  • Ao citar um trecho significativo de Enoque em sua obra, Sincelo forneceu uma ponte entre o texto antigo e a era moderna. 
  • Essa citação é uma das raras referências diretas ao Livro de Enoque na literatura cristã medieval, evidenciando a persistência do texto apesar de sua marginalização.

Influência no Pensamento Religioso

Influência no Pensamento Religioso – Homen Pensando / Orando.
  • Apesar de sua exclusão do cânone, o Livro de Enoque exerceu uma influência silenciosa, mas significativa, no pensamento religioso. 
  • Suas ideias apocalípticas e angelológicas, incluindo a queda dos anjos, o julgamento final, e a vigilância celestial, encontram ecos em outras tradições judaicas e cristãs, como o Novo Testamento e o Midrash. 
  • Esses temas e conceitos continuam a intrigar e inspirar, refletindo a profunda influência de Enoque no desenvolvimento de doutrinas e crenças religiosas.

Importância Histórica e Teológica

  • Hoje, o Livro de Enoque é reconhecido por sua importância histórica e teológica, oferecendo uma visão das crenças e práticas do judaísmo do Segundo Templo e do cristianismo primitivo. 
  • Ele é estudado por sua contribuição ao entendimento do desenvolvimento do monoteísmo, da escatologia, e da angelologia. 
  • Além disso, a linguagem poética de Enoque e suas vívidas descrições do mundo celestial e do destino humano enriquecem o estudo da religião e da história.

O legado de Enoque é um lembrete da riqueza e diversidade da literatura religiosa antiga.

Apesar de sua supressão, o Livro de Enoque continua a ser um texto fascinante e influente, desafiando interpretações e oferecendo insights profundos sobre as origens e o desenvolvimento do judaísmo e do cristianismo.

Sua persistência através dos séculos atesta a sua relevância contínua para o estudo da religião e da história.


6 . O Livro de Enoque Como Uma Teodiceia


Teodiceia – A Bondade de Deus, a Liberdade do Homem e a Origem do Mal.
  • Descrédito e Satirização: As narrativas do Jardim do Éden e do Dilúvio são frequentemente alvo de descrédito e satirização, vistas como contos de fadas por adultos que se recusam a abandonar suas crenças infantis.
  • Questionamento da Crueldade: A crítica, incluindo adolescentes e professores emancipados, questiona a aparente crueldade de Deus ao enviar o Dilúvio, levantando dúvidas sobre a justiça divina.
  • Visão Mais Completa: A literatura apocalíptica, especialmente os escritos de Enoque, fornece uma visão mais completa dos eventos bíblicos, oferecendo detalhes e explicações sobre as causas das grandes convulsões naturais.
  • Confiabilidade e Historicidade: Esses textos são considerados confiáveis e históricos, apesar de sua exclusão do cânone, oferecendo insights para a compreensão dos eventos antigos.
  • Dilúvio como último recurso: O livro de Enoque revela que Deus foi relutante em enviar o Dilúvio e que Ele compartilhou a tristeza de Enoque pela destruição do Templo.
  • Causa do Dilúvio: O Dilúvio foi tornado necessário devido a um tipo peculiar de maldade que permeia o mundo, descrita como uma inversão de valores e uma perversão da piedade.
  • Detalhamento da Corrupção: Os escritos de Enoque detalham a extensão da corrupção e violência que prevalecia, justificando a necessidade de uma intervenção divina drástica.
  • Desafio Aberto: Os ímpios desafiaram abertamente a Deus, levando à necessidade de uma ação drástica para restaurar a ordem e a justiça.
  • Novo Começo: Apesar da destruição, o Dilúvio permitiu um novo começo para a humanidade, enfatizando a misericórdia e a longanimidade de Deus, em vez de Sua vingança.
  • O livro de Enoque: Ao funcionar como uma teodiceia, oferece uma compreensão mais profunda dos eventos bíblicos e das intenções de Deus. 

7. Curiosidades Sobre o Livro de Enoque


Curiosidades Sobre o Livro de Enoque.
  • Visões de Moisés: Em junho de 1830, Joseph Smith recebeu revelações que incluíam visões outrora dadas a Moisés. Isso estabeleceu um vínculo direto entre as experiências de Moisés e as de Smith, sugerindo uma continuidade na revelação divina.
  • Os Escritos de Moisés: Posteriormente, em dezembro de 1830, foram revelados “Os Escritos de Moisés”, que se tornaram os capítulos 2 a 8 do livro de Moisés. Isso marcou um momento significativo na história dos Santos dos Últimos Dias, com a expansão do cânone bíblico.
  • Parte dos Escritos de Moisés: A “Profecia de Enoque” é uma seção dos “Escritos de Moisés”, mas apenas alguns extratos foram revelados a Joseph Smith. Esses extratos foram considerados de grande importância e foram publicados na Inglaterra em 1851.
  • Memórias de Adão: Enoque faz referência a um livro de memórias escrito por Adão, que foi preservado e transmitido através das gerações, incluindo os escritos de Enoque. Isso indica uma tradição escrita contínua desde os primeiros tempos bíblicos.

8. Conclusão: A Síntese


A Redescoberta do Livro de Enoque.

A figura de Enoque é uma síntese de temas espirituais e qualidades humanas, representando a busca incessante pela verdade, a compaixão universal, e o poder de liderança inspiradora. 

Suas conexões com outras figuras bíblicas e apócrifas revelam uma rede complexa de identidades espirituais e mensagens universais, destacando a relevância contínua de sua história e legado.

A Redescoberta

A jornada do Livro de Enoque através dos séculos é uma narrativa fascinante que ilustra a dinâmica entre o esquecimento e o redescoberto, a marginalização e a reavaliação. 

Esta obra, embora não tenha sido incluída nos cânones bíblicos judaico e cristão, exerceu uma influência significativa na formação e no desenvolvimento das crenças e práticas religiosas. 

Enoque, com sua mistura de mistério, sabedoria e resistência, permanece um farol para aqueles que buscam entender as complexidades de nossa fé e de nossa história.


FAQ – Perguntas Frequantes Sobre O Livro de Enoque

Loader image

As porções mais antigas do livro foram encontradas entre os Manuscritos do Mar Morto em Qumram, indicando que o livro é uma compilação de textos em aramaico escritos entre o séc. III a.C. e o séc. I.

o Senhor mostrou a Enoque uma visão de tudo o que aconteceria na Terra. Enoque viu a vida, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

O Livro de Enoque

O Evangelho de JUDAS

O Livro de Enoque - Apócrifo

Dogma e Ritual da Alta Magia

Clique nos links acima para saber mais sobre cada livro e adicioná-los à sua lista de leitura.


Referências

Brigham Young University BYU – 1986 Enoch the Prophet Hugh Nibley -https://scholarsarchive.byu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1029&context=mi – MAXWELL INSTITUTE

 – The Book of Enoch the Prophet – by R.H. Charles – Publisher Weiser Books – Publication 2012-06-01- https://www.harvard.com/book/the_book_of_enoch_the_prophet/

 – O Livro De Enoque – Editora ‏ : ‎ Pillares (1 outubro 2020) 


Glossário

———–

1 – Cânone bíblico ou cânone das Escrituras é a lista de textos religiosos que uma determinada comunidade aceita como sendo inspirados por Deus e autoritativos. 

2 – Gnosticismo designa um conjunto de crenças de natureza filosófica e religiosa cujo princípio básico assenta na ideia de que há em cada homem uma essência imortal que transcende o próprio homem.

3 – Epístola é uma correspondência escrita a um ou mais destinatários, seja em caráter público ou privado. Na Bíblia, a maior parte do conteúdo do Novo Testamento é formada por epístolas.

4 – Teodiceia é um termo derivado do título da obra Ensaio de Teodiceia do filósofo alemão Leibniz, que sustenta a existência de Deus a partir da discussão do problema da existência do mal e de sua relação com a bondade de Deus.